Zaghar

Este mundo é vasto e repleto de peculiaridades incomparáveis, convidando-o a explorar aspectos únicos e extraordinários. Prepare-se para adentrar em portas dimensionais, vagar pelos confins do vazio, enfrentar os desafios impostos pela presença da lua azul, e mergulhar nas histórias de feitos heroicos protagonizados por fadas lendárias e claro, se curvar perante Vossa Sapolecencia..

O vazio

O Vazio, um mundo vasto onde divindades repousam pela eternidade e os mais destemidos aventureiros são aprisionados por sua ganância. É um lugar onde as leis são inexistentes, onde a morte é uma presença constante e onde um rei governa soberano.

Esta dimensão alternativa, pouco explorada mas amplamente conhecida, é considerada um local de extremo perigo. Alguns afirmam ter entrado e escapado, porém, esse feito é raro e exige circunstâncias extremamente favoráveis. Visitar esse reino sombrio não é uma escolha que se faça levianamente, a menos que se esteja rigorosamente preparado para enfrentar seus horrores.

A história relata que apenas dois grupos conseguiram adentrar e sair desse lugar, ambos vinculados ao lendário Holandês Voador, um navio excepcional capaz de enganar até mesmo os oceanos. Ao penetrar no Vazio, o viajante se depara com uma paisagem macabra: corpos espalhados em um mar sanguinolento que se alimenta daqueles que o tocam, areias escaldantes que queimam até a alma e árvores de cristal afiadas como lâminas.

Contudo, há algo no Vazio que inspira temor até em sua própria essência. O majestoso Comandante do Universo Sombrio, diante de quem até os deuses se curvam. Diz a lenda que não há nada no universo capaz de ameaçar a vida de Vossa Sapolecência. Este ser imponente é reverenciado como uma entidade inigualável, cujo poder transcende a compreensão e cuja presença inspira respeito e temor universal. Um encontro com Vossa Sapolecência é algo que talvez esteja reservado em seu destino, mas desafiá-lo é uma ação que poderia custar mais do que a própria vida.

A Ilha das Sombras

Há rumores sobre uma ilha lendária, envolta em lendas de fantasmas e espectros, que muitos acreditam ser apenas fruto da imaginação. No entanto, alguns conhecem a verdade por trás dessas histórias. A sensação de mal-estar era palpável para quem se aventurava por lá, uma repulsa visceral que ecoava desde o âmago. Adentrar as margens daquela sombra provocava um estresse avassalador irreversível, uma exaustão implacável e uma gradual deterioração dos pontos vitais, uma maldição eterna. A morte reinava soberana na ilha, ou ao menos quem se fazia passar por ela.

As sentinelas eram o único refúgio possível naquele ambiente aterrorizante. Eram fruto de uma magia arcana elaborada por clérigos e paladinos excepcionais, que geravam um campo de energia capaz de proteger todos que estivessem dentro de seu alcance das ameaças que assolavam o exterior. Embora poucas tenham sido distribuídas pela ilha, sua presença foi mais do que suficiente para forjar o triunfo do bem sobre as trevas.

O local foi palco de inúmeros conflitos, alguns originários da própria essência da ilha, mas um se destacou entre todos: a Última Grande Guerra das Sombras. Um evento lendário no qual heróis sacrificaram suas vidas e deuses caíram para que novos pudessem surgir. Foi o único momento em que Bahamut e Tiamat se uniram para enfrentar um inimigo em comum: a própria Sombra. Com o passar dos anos, esse evento se tornou uma lenda, e apenas uma pequena centena de verdadeiros guerreiros emergiram vivos.

Alguns sucumbiram aos efeitos adversos da ilha, outros envelheceram e partiram, mas talvez uma dúzia de destemidos ainda percorra o mundo, compartilhando suas histórias e se orgulhando de um pelotão que nunca se curvou diante das trevas. Esses homens e mulheres não devem ser apenas lembrados como heróis, mas como lendas vivas que caminham entre nós.

Todo mal chega ao fim, e a ilha não foi exceção. O sacrifício de uma fada e a própria existência de deuses e heróis levaram as sombras a se dissiparem por décadas. O que um dia foi um vasto cemitério de monstros e guerreiros transformou-se em um vale florido, com uma árvore de centenas de milhares de quilômetros de altura, onde o corpo de Lyn repousa até os dias atuais. A antiga Ilha das Sombras foi renomeada como a Ilha de Lyn, tornando-se o único lugar do mundo onde a sombra não pode mais existir.

A Ilha de Lyn

Como mencionado anteriormente, a ilha foi purificada pelo bem, e todas as estruturas, sejam benevolentes ou malignas, foram desintegradas para dar lugar a um vasto campo florido, onde somente o bem pode prosperar. Este local tornou-se um refúgio seguro e pacífico para qualquer viajante, mas acima de tudo, é conhecido como o Farol do Mundo. Situada no centro, entre os continentes de ambos os lados, a ilha é uma vigia constante. Graças à imponente árvore de Lyn, de dimensões quilométricas, visível a grandes distâncias, tornou-se um farol orientador para todos os perdidos. Seguir Lyn é seguir o caminho certo, e aqueles que a seguem até o fim encontrarão segurança e redenção. Como dizem os sábios: Olhe para Lyn, vá até o fim, Lyn nunca decepciona.

As Luas

Antes do ano 84 depois de Lyn, quem olhasse para o céu avistaria duas luas: uma Cinza e outra Azul. A Lua Cinza abrigava em seu núcleo toda a magia do mundo, enquanto a Azul, durante uma semana por mês, absorvia essa magia exclusivamente para si, a fim de sobreviver. Alguns acreditavam que a Lua Cinza compartilhava isso de bom grado, enquanto outros sugeriam que a Lua Azul subornava a Cinza em troca de algo. No entanto, a partir do ano 84, apenas uma lua permaneceu visível nos céus: a Azul. Por razões desconhecidas, a Lua Cinza desapareceu, levando consigo toda a sua magia. Por uma feliz coincidência, esse evento ocorreu pouco antes da Lua Azul devolver toda a magia para a Cinza, deixando um fragmento residual de poder na própria Lua Azul. Embora insuficiente para sustentar a si mesma e o mundo, a Lua Azul não foi egoísta. Durante os ciclos lunares normais, ela compartilha uma pequena quantidade de magia com o mundo, o suficiente para alguns habilidosos lançarem feitiços, mas deixando os menos experientes com escassez.

Em seu auge de poder, conhecido como o fenômeno da Lua Azul, a lua se alimenta de toda a magia que compartilhou e a retém inteiramente para si durante uma semana. Esse ciclo se repete ao longo das eras, e nem mesmo os deuses têm conhecimento do que aconteceu com a Lua Cinza. No entanto, é evidente que tal evento os afetou, enfraquecendo-os mais do que jamais estiveram.

A Biblioteca

Na vastidão dos primórdios da criação, um local singular emergiu, entrelaçando-se com o próprio tecido do mundo: a Biblioteca. Mais do que uma construção lendária e arcana, dizem alguns que ela é a própria essência da criação, uma manifestação do Deus supremo, o arquiteto de todas as coisas. Na Biblioteca, cada entidade, cada evento, tem sua narrativa inscrita em um livro. Nestas páginas, desdobra-se a saga de cada ser, desde a aurora do universo até o crepúsculo de sua existência. Tudo é registrado, tudo pode ser alterado.

Nesse santuário atemporal, onde o tempo é imutável e o descanso é desconhecido, repousa a responsabilidade suprema de preservar e guiar esse tesouro incomparável. O Bibliotecário ou Bibliotecária, em diferentes eras, é o guardião designado para zelar pela segurança do local mais crucial de todo o cosmos. Quiçá um dia você adentre essas muralhas sem fim, escolha um volume nas prateleiras e mergulhe em feitos épicos ou nas crônicas infindáveis de uma simples cadeira de taverna. O essencial é que toda ação já realizada encontra-se documentada. E o guardião da Biblioteca deve assegurar que nenhuma interferência perturbe o equilíbrio, preservando a harmonia do universo.

As Portas

No complexo santuário dos portais dimensionais, as portas representam um acesso singular e incomparável a qualquer dimensão, local ou período temporal. A guarda desse poder transcendental recai sobre o Porteiro, incumbido de proteger e preservar essas passagens. Um interminável corredor esculpido por portais que se estendem em todas as direções, constituindo a única ligação não divina com a Biblioteca, o epicentro de toda existência.

As portas possuem um papel crucial na trama temporal, capazes de conduzir a qualquer ponto e, da mesma maneira, retirar um indivíduo de seu contexto. Em tempos remotos, eram frequentemente utilizadas por aventureiros e estudiosos em suas jornadas. Contudo, atualmente, todas as chaves foram recolhidas e as portas permanecem seladas, a fim de evitar conflitos temporais. O tecido do tempo já foi manipulado em demasia, e agora urge seguir uma única linha temporal, permitindo que o tempo trace seus próprios caminhos.

Embora o tempo possa ser reescrito, talvez seja chegada a hora de permitir que ele siga seu curso natural. O ato de trancar as portas para os aventureiros representa a melhor forma de permitir que essa narrativa se desenrole sem interferências, respeitando a integridade e a ordem do universo.

A Arena dos Deuses

Em um vasto coliseu erguido nos domínios divinos, os deuses criaram um local onde mortais lutam em seu nome. Em meio a uma série de eventos, surgiu a necessidade de um lugar onde indivíduos pudessem travar batalhas pela própria existência. Decidir sobre vidas e mortes tornou-se uma ponderação impensável. Assim, oferecer a oportunidade para que lutassem por si mesmos na Arena dos Deuses tornou-se a solução.

Na Arena, a escolha é tríplice para todos os presentes: Lutador, Apostador ou Observador. Aqueles que optam por observar estão destinados ao fim, aceitando sua própria morte enquanto apreciam o derradeiro espetáculo. Os Apostadores têm a prerrogativa de selecionar um campeão em quem depositam a esperança de preservar suas próprias vidas. Se o campeão triunfar, eles também triunfarão. Por fim, os Lutadores escolhem um deus para representá-los em combate; caso seu campeão vença todas as batalhas até o final, o Lutador e seus apoiadores têm o direito de retornar à vida.

Inúmeras lutas ocorrem simultaneamente, e em um único dia, diversos deuses podem emergir vitoriosos. Os confrontos se iniciam com seis Lutadores contra outros seis de outros deuses. Os perdedores são eliminados e, por conseguinte, ceifados, enquanto os vencedores avançam para a próxima fase, agora em duelos 3x3. O ciclo se repete até restar apenas um confronto 1 contra 1. O Lutador que triunfar nesse derradeiro embate, junto com os cinco outros e seus apostadores, são conduzidos a um salão onde são recebidos pelo próprio deus em cujo nome lutaram. Ali, recuperam suas vidas, retornando ao ponto em que deveriam estar no mundo.

Contudo, os Lutadores conquistam algo que os Apostadores jamais alcançarão: a Bênção do próprio deus, um poder sobrenatural que transcende o natural e emana uma força incomensurável. Quiçá um dia, você se veja diante da necessidade de lutar por um deus. Escolha sabiamente, lute com bravura e retorne como uma lenda, portando não apenas a vida recuperada, mas também a dádiva divina que os distingue.